Dia Internacional em memória das vitimas da escravidão e do comercio transatlântico de escravos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) em Assembléia Geral, no ano de 2007 declarou o dia 25 de março como o Dia internacional em memória as vitima da escravidão e do comercio transatlântico de escravos, para honrar todos os mortos do sistema internacional escravocrata, mas também é uma forma de registrar para o nosso presente e futuro como a discriminação, o preconceito e a xenofobia podem tomar proporções catastróficas.
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O século XVI marca os primeiros passos do que hoje conhecemos como a globalização que permitiu grandes transformações, futuramente, num Sistema Internacional mais expansionista e interligado. Dentro das teorias positivistas das Relações Internacionais, o neorrealismo de Robert Gilpin (2002) mostra como o fator econômico influencia na formação de Estados hegemônicos sendo detentores de poder e, assim determinando como funcionam as estruturas de domínio e as relações entre civilizações.
A busca pela ascensão de poder fez os europeus saírem e dominarem outras partes do planeta e consequentemente outros seres humanos que viviam nesses “novos mundos”. O contato com o diferente os fez se autoclassificarem como “civilizações superiores” e por conta disso foram cometidos crimes horrendos por mais de 400 anos de escravidão e do comercio de mais de 15 milhões de escravos que moveram os lucros mais sujos da nossa historia.
Os negros africanos e seus descendentes carregam na pele as cicatrizes como herança de toda a maldade que o homem é capaz de cometer. Onde, foi criado um sistema muito bem elaborado para lucrar com a exploração de terras que não pertenciam aos reinos europeus utilizando o trabalho escravo e sempre demonstrando força para incumbir medo em outros povos. Fazendo-os trabalhar nas grandes plantações para a venda de produtos agrícola como a cana-de-açúcar e o café, ou nas explorações das minas de metais.
No Brasil o comercio de escravos se deu de forma intensa gerando um país com a maior diversidade cultural do planeta, advinda principalmente, das riquíssimas culturas africanas como as danças, a culinária, o sincretismo religioso, entre outros.
Esta homenagem é uma forma de agradecimento por todo o legado cultural deste continente que é o berço da nossa civilização, mas também é um alerta para mostrar o quanto o sistema econômico é frágil e instável. Criminalizar o modelo econômico escravocrata foi um marco para toda a Sociedade Internacional, estas temáticas são de extrema relevância para assegurar os Direitos Humanos, que ainda há um longo caminho a ser percorrido para que seja possível alcançar a igualdade e a garantia de direitos para todos.
Referências
CASTRO, Thales. Teoria das Relações Internacionais / Thales Castro. Brasília: Funag, 2016.
UN. United Nations Offical Document. Disponível em: <http://www.un.org/en/ga/search/view_doc.asp?symbol=A/RES/62/122&referer=http://decada-afro-onu.org/slave-trade.shtml&Lang=E>. Acesso em março de 2018.
UN. Década Internacional de Escravos: Comércio Transatlântico de Escravos. Disponível em: <http://decada-afro-onu.org/slave-trade.shtml>. Acesso em março de 2018.