A guerra na Síria e a interdependência complexa
Fonte: Mundo ao Minuto (2018)
A Guerra na Síria é um conflito entre governo e grupos rebeldes. Teve início dentro do contexto da primavera Árabe, que foi uma onda de protestos contra governos Árabes que eclodiu em 2011. Os sírios vivem, atualmente um governo ditatorial governado por Bashar al-Assad.
Em março de 2011, ocorreram diversas manifestações ao sul de Derra, em favor da democracia. A população revoltou-se com a prisão de dois adolescentes que escreveram palavras revolucionárias nas paredes de uma escola e, a partir disso os protestos se intensificaram.
Em resposta aos manifestantes, Bashar al-Assad, fez o uso da força para reprimir as reivindicações de parcela da população por reformas constitucionais que favorecessem uma maior abertura política do país, matando centenas de pessoas em ataques militares. As manifestações, portanto, acabaram se transformando em uma guerra civil em grande escala.
A Síria está localizada em uma região estratégico sendo um ponto importante para a conexão entre as potências ocidentais e seus domínios na Ásia, ou seja, o conflito interno no país acabou afetando a comunidade internacional, onde se destaca uma interdependência complexa entre os Estados.
O envolvimento internacional foi inevitável visto que a Rússia entrou no conflito em 2015 e é a principal aliada do governo de Assad por questões econômicas, e principalmente pelo fato de Hafez al Assad (pai de Bashar al-Assad e antigo presidente) ter morado vários anos na região que anteriormente era a União soviética influenciando a relação dos dois países. Em contra mão surge os EUA (Estados Unidos da América) contra o governo de Assad, financiando grupos rebeldes anti-Assad e com o foco em combater a propagação do ISIS que estão envolvidos na guerra juntamente com os demais países em volta da Síria como o governo do Irã e Iraque, em grande parte xiitas que apoiam Assad, enquanto a maioria dos países sunitas que inclui a Turquia, Qatar e Arábia Saudita, apoiam os rebeldes anti-Assad.
As consequências da guerra estão causando efeitos profundos além das fronteiras do país, com muitos sírios deixando suas casas para buscar segurança e melhores condições de vida.
Através de tantos fatores que levaram a Síria a ficar em meio à guerra, destacasse a teoria da interdependência complexa, fundamentada por Joseph S. Nye (2003), que é um dos expoentes do neoliberalismo e da ideia de interdependência complexa juntamente com Robert Keohane. Nye, explica que no cenário internacional “o palco está cheio”. Os Estados não estão mais no topo sobre os assuntos internacionais, mas sim uma variedade de atores multitemáticos, cada um agindo de acordo com o seu interesse. Interdependência complexa é um conceito trabalhado por Nye, que expõe uma relação de dependência mutua. Não há um ator que não precise do outro e aí surge a ideia do tabuleiro tridimensional do Nye, onde o mesmo explica os três níveis de poder. O primeiro nível se destaca o poder militar, o segundo o poder econômico e o terceiro são os temas globais.
Analisando a guerra na síria é notória a dependência dos estados nos três níveis perceptível simultaneamente durante a abordagem do fato, pois o poder bélico da síria está interligado com os seus aliados, que estão em apoiar questões econômicas, ocasionando temas globais como a questão dos refugiados sírios em busca de uma vida digna e longe de conflitos desastrosos. Com isso a teoria da interdependência complexa abrange toda à guerra analisando os três níveis de poder e situando os principais interesses dos países onde um depende do outro, seja por questões econômicas, questões religiosas, e principalmente a busca de poder.
Referências
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