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Os 70 anos da criação do Estado de Israel ao olhar da Teoria Construtivista


Oficialmente, a criação dos Estado de Israel se deu em 14 de maio de 1948 após uma resolução aprovada em 1947 pela Organização das Nações Unidas (ONU). Tal medida previa a divisão do então território da Palestina em dois estados: um árabe e um judeu. Na época, a maior parte dos habitantes do território eram árabes, e por isso, houve uma forte resistência de países árabes vizinhos em defesa do povo palestino.

Com as tensões diplomáticas de intensificando, os líderes judeus decretaram a independência de Israel, que na época que ainda era Palestina possuía a administração britânica. Contudo, a resposta árabe foi imediata, pois no dia seguinte, Iraque, Síria, Líbano e Egito atacaram o novo país. Apenas em 1949 os judeus conseguem a vitória da Guerra pela Independência de Israel e ampliam o Estado judeu. Entretanto, os conflitos e tensões neste território perduram até os dias de hoje.

Como se pode analisar este acontecimento pela ótica das Relações Internacionais? Uma das possíveis leituras se dá por meio da abordagem teórica construtivista.

A teoria Construtivista surge no terceiro debate das teorias de Relações Internacionais, entre os neorrealistas e os neoliberais. Esta teoria parte do princípio que a realidade é socialmente construída, onde os agentes estão em mútua influência e constante interação. Isto significa que ideias e normas têm um papel fundamental tanto na constituição da realidade quanto dos agentes e suas identidades e interesses.

Partindo disso, podemos perceber através da teoria Construtivista que os níveis de análise como micro e macro-estrutura definidos pelo teórico Alexander Wendt podem ser diretamente aplicados na análise sobre Israel. Baseando-se na micro-estrutura, é possível identificar a crença que os judeus possuem de merecerem o território de Israel por direito. Deste modo, os ataques dos palestinos são à honra e ao direito divino do povo israelense. Logo, pela forma que nasceu Israel, é possível afirmar que há certa sensibilidade e solidariedade do mundo para com a identidade judia. Isso se deu essencialmente após o holocausto, quando os povos se uniram contra o sentimento anti-semita, abominando qualquer comportamento violento e belicoso contra o povo judeu e israelense.

Hoje, 14 de maio, aconteceu a inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, fato que levou a intensos protestos que, de acordo com jornais israelenses, deixaram 52 palestinos mortos e mais de 1.700 feridos. As Forças Armadas israelenses acusam o Hamas – grupo de resistência islâmica que não reconhece o Estado judeu – de incentivar os palestinos a participarem dos protestos contra a embaixada estadunidense. Como resposta, as Forças Aéreas israelenses bombardearam posições do Hamas, levando à ONU e a Anistia Internacional repudiarem o ataque desproporcional aos palestinos.

O mundo segue então, com um cenário de tensão internacional, onde atores interagem de acordo com seus interesses e necessidades, fazendo com que suas ações sejam refletidas na estrutura do Sistema.




Referências:

Faixa de Gaza registra conflitos no dia da abertura da embaixada americana em Jerusalém. Disponível em http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,faixa-de-gaza-tem-conflitos-antes-da-abertura-da-embaixada-americana-em-jerusalem,70002307469. Acesso em 14 de maio.

Alexander Wendt (1999), op. cit., p, 187.

Israel, 70 anos de avanços rápidos e velhos conflitos. Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2018/04/18/internacional/1524078811_799447.html. Acesso em 14 de maio.

A perspectiva Construtivista das Relações Internacionais. Disponível em https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/5513/5513_3.PDF. Acesso em 15 de maio.

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