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A vida é bela

Direção: Roberto Benigni;

Gênero: Drama, Comédia;

Elenco: Roberto Benigni, Horst Buchholz, Marisa Paredes;

Data de lançamento: 5 de fevereiro de 1999;

País de origem: Itália.

A Vida é Bela é uma das poucas obras cinematográficas que parecem melhorar com o tempo, guardando sempre novas interpretações e detalhes que nos levam a mais reflexões e, principalmente, mais apreço e admiração por tal feito. Quase 20 anos após o seu lançamento, o filme continua tão bonito e tão tocante quanto na data de estreia. Isso se deve por uma série de fatores: a leveza na medida certa do enredo, as atuações impecáveis, as locações das cenas e, sobretudo, a forma como a obra retrata atrocidades, sendo real e direta, mas sem perder a leveza.

Somos apresentados à personagem de Roberto Benigni, Guido, um homem de bom coração, alegre e amigável que sai da zona rural da Alemanha com destino a à Berlim. Onde sonha em abrir uma livraria, pois a leitura e o prazer vindo desta atividade o fascinam. Contudo, seu sonho naufraga quando recebe uma resposta negativa da prefeitura, responsável por fazer a liberação dos documentos para atividades comerciais na cidade.

É como garçom que Guido começa a levar sua vida, sendo sempre bem quisto por amigos e clientes do local onde trabalha. Os tons de humor no filme são sempre leves, surgem com pequenos casos do cotidiano, e surpreendem pela simplicidade. Estas características também se fazem presente em como é retratada à relação amorosa de Guido e Dora, uma frequentadora do local de trabalho do personagem principal.

Alguns anos depois, já casados, o casal ganha seu primeiro filho: Josué. A criança herda do pai a espontaneidade, o bom caráter e a simplicidade, o que o torna uma criança doce e tranquila; ao passo que cresce também na sua fé judaica. Essa vida familiar tranquila e pacata é sacudida ao sabor das mudanças sociais da Alemanha da década de 1930. Os judeus passam a sofrer perseguições, e são publicamente ofendidos e maltratados. A crescente ideologização da população é outro fator que contribui à radicalização do regime.

A “caça às bruxas” decretada contra os judeus logo encontra Guido e seu filho Josué. Ambos são levados a um campo de concentração, local no qual as atrocidades ocorrem frequentemente e não há o mínimo de dignidade para quem está lá. Guido tenta manter a serenidade, mas a sua saúde mental já não é mais a mesma. O que mais lhe dói é ver o pequeno filho vendo – e sofrendo – episódios tristes e dolorosos, e: sem entender a gravidade da situação à qual está inserido e que, tristemente, faz parte.

Guido, então, resolve amenizar, ainda que seja uma tarefa hercúlea, à realidade. Passa a persuadir o garoto que eles estão presos em um jogo, no qual devem sair “campeões”. A lógica deste “jogo” seria fazer mais pontos, passando de fases paulatinamente. Aquele que se consagrasse campeão levaria um tanque de guerra para casa. Estas cenas, em especial, são muito tocantes, porque conseguem levar sutileza ao caos.

Não à toa, o filme foi muitíssimo premiado, um reconhecimento merecido ao esforço por trazer uma historiografia visual tão rica e detalhada, sem perder a essência dos momentos de humor. Foi a consagração do cinema italiano no final da década de 1990, e também a aclamação do cineasta e ator Roberto Benigni. Só no Oscar a obra venceu nas categorias de Melhor Ator, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Trilha Sonora Original. Além disso, colecionou prêmios BAFTA e de vários outros festivais de cinema na Europa e Américas.

A Vida é Bela nos traz momentos de reflexões importantes quanto à memória daqueles que perderam suas vidas na II Guerra Mundial. É justamente nesta ocasião que os dias 8 e 9 de deste mês foram importantes. Momento de Lembrança e Reconciliação para Aqueles que Perderam Suas Vidas Durante a II Guerra Mundial. Ao redor do mundo, muitas ações são feitas, para conscientizar a população das atrocidades cometidas, e também divulgar tais horrores, na esperança de que estes dias jamais retornem.

Mesmo décadas após do término da II Guerra Mundial, as suas marcas ainda são visíveis, sendo indeléveis da história das nações, das Relações Internacionais e também da História como um todo. Os recentes fatos internacionais de extremismos e ações de segregação e ódio nos remetem exatamente aos dias – e pessoas – que foram responsáveis pelos atos mostrados em “A Vida é Bela”. Contudo, é preciso criar resistência e, acima de tudo, lutar contra quem aposta no medo e no ódio.

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