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Crônicas de uma morte não anunciada: Anibal Quijano


Fonte: Correo (2015)

As 15h do dia 30 de maio de 2018, na universidade da Amazônia, o curso de Relações Internacionais promoveu um debate acadêmico em torno das fronteiras teóricas da ciência. Dentre as questões de Gênero e da sociologia do conhecimento, não haveria de faltar uma reflexão sobre os estudos Pós-coloniais e no bojo destes, alguns apontamentos sobre a relevância de Anibal Quijano.

O sociólogo nasceu em 1928 em Yanama, no Peru, graduando-se na Faculdad de Ciencias de la Universidad Nacional Mayor de San Marcos. Atuou como professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Binghamton, Nova Iorque e foi fundador-diretor da "Cátedra América Latina y la Colonialidade del Poder" na universidade Ricardo Palma em Lima, dentre outras atividades (BARBOSA e MASO, 2014).

De posição crítica forte, denunciou o eurocentrismo presente tanto na esquerda latino-americana quanto nos estamentos ditatoriais nacionalistas da direita conservadora, levando a imensas contribuições no que tange a reflexão da dependência estrutural da América Latina dentro dos padrões de poder do capitalismo. Foi o criador do conceito de colonialidade do poder utilizado na própria denominação do grupo modernidade/colonialidade, criado em 1998 como a vertente latino-américa dos estudos Pós-coloniais (BELLESTRIN, 2013).

A Colonialidade do Poder denuncia a continuidade política e econômica das formas de dominação colonial mesmo após as independências das nações periféricas. Assim, a colonialidade é tida como indissociavelmente constitutiva da modernidade, é seu lado obscuro. (Mignolo, 2003). Frente a estas constatações, cabe aos subalternos latino-americanos uma árdua luta em busca da descoloniazação do Estado.

Enquanto discutíamos a importância dos conceitos formulados pelo sociólogo como ferramenta analítica nas relações internacionais, fomos surpreendidos com sua partida. Ele nos deixa em 31 de maio de 2018. Todavia é perene o engajamento para que, conforme reivindicou Quijano, aprendamos a “nos libertar do espelho eurocêntrico onde nossa imagem é sempre, necessariamente, distorcida. É tempo, enfim, de deixar de ser o que não somos (QUIJANO, 2005, p. 126).

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Regiane Riquena; MASO, Tchella Fernandes. Possíveis contribuições de Aníbal Quijano para as relações internacionais. ENEPEX - Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão (UEMS/UFGD), 2014.

BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, v.11, 2013, pp. 89-117.

MIGNOLO, W. Historias locales/disenos globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronterizo. Madrid: Akal, 2003.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires, Colección Sur Sur, 2005a, pp.118-142.

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