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O novo presidente da Colômbia Iván Duque


Fonte: NAN (2018)


Neste domingo (17/06/2018), ocorreu o segundo turno das eleições da Colômbia, que apresentou como vencedor Iván Duque, um candidato da direita que obteve 54% dos votos em contraposição a 42% de votos no esquerdista Gustavo Petro. Figura como vice-presidente do candidato vencedor, Marta Lucía Ramírez, primeira mulher no país a ocupar esse cargo. A vice-presidente já foi ministra da defesa no mandato do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), que apoiou a campanha de Duque.

O novo presidente assume o cargo em um cenário permeado por desafios, já que se trata da primeira eleição presidencial após o acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Além da proposta de revisão no acordo da paz, o novo governo enfrentará outras questões delicadas no país, como, por exemplo narcotráfico, violência, desemprego e aumento do fluxo migratório dos venezuelanos.

O atual panorama da Colômbia, retratado sucintamente acima, traz notoriedade do país na arena internacional. Nesse contexto, oportuno relembrar que no final de maio do corrente ano, a Colômbia ingressou para OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) e se tornou sócio-global da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), sendo o primeiro país da América Latina a fazer parte desta organização.

O presente artigo, propõe refletir a admissão da Colômbia na OTAN sob a perspectiva neorrealista de Kenneth Waltz.O neorrealismo se fundamenta na centralidade do Estado e no sistema internacional anárquico que necessariamente irá gerar a guerra e consequentemente colocará como agenda prioritária a segurança. Waltz é estruturalista, o que significa dizer que o comportamento dos atores será determinado pela disposição do sistema internacional. Sob essa perspectiva teórica, a entrada da Colômbia na OTAN pode ser entendida como uma aliança de um pequeno Estado com grandes potências. Trata-se do instituto do bandwagon que visa a composição e aumento do poder-força.

A OTAN resulta de um tratado militar de diversos países, entre eles algumas potências, com destaque para os Estados Unidos. Desde 2013, a Colômbia tenta ingressar neste grupo. Diferentemente dos neoliberais que acreditam que a cooperação pode evitar a guerra, para os neorrealistas, os acordos internacionais (em acepção ampla), só ganham relevância se forem utilizados como reforço de poder do Estado.

Portanto, percebe-se que o fato da Colômbia ter se tornado sócio-global da OTAN representa a movimentação deste país no sistema internacional de forma obter cooperação militar e possibilitar o aumento do seu poder-força ao lado de grandes potências.


Referências

CARTA CAPITAL. Iván Duque é eleito presidente da Colômbia. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/internacional/ivan-duque-e-eleito-presidente-da-colombia>. Acessado em: 18 de Jun.2018.

EL PAÍS. Colômbia dá uma guinada à direita com eleição do conservador Iván Duque. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/18/internacional/1529272882_814333.html>. Acessado em: 18 de Jun.2018.

FOLHA DE SÃO PAULO. Colômbia é aceita na Otan e se torna o 1º país da América Latina na aliança. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/05/colombia-e-aceita-na-otan-e-se-torna-o-1o-pais-da-america-latina-na-alianca.shtml>. Acessado em: 18 de Jun.2018.

GAZETA DO POVO. Aliança entre Colômbia e EUAS pode acelerar gastos militares na região. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/alianca-entre-colombia-e-eua-pode-acelerar-gasto-militar-na-regiao-brjr7z1eailgx6bq0kcfoyery>. Acessado em: 18 de Jun.2018.

G1. Iván Duque é eleito presidente da Colômbia. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/ivan-duque-e-eleito-presidente-da-colombia.ghtml>. Acessado em: 18 de Jun.2018.

G1. Os quatro desafios da nova direita de Iván Duque, presidente eleito da Colômbia. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/os-quatro-desafios-da-nova-direita-de-ivan-duque-presidente-eleito-da-colombia.ghtml>. Acessado em: 18 de Jun.2018.

MEDEIROS, Marcelo de Almeida (Org.). Clássicos das Relações Internacionais. 2.ed. São Paulo: Hucitec, 2011.

NOGUEIRA, João Pontes. Teoria das Relações Internacionais: correntes e debates. 15.ed. Rio de Janeiro: Elsivier, 2005.

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