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A Saída dos Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos da ONU à luz de John Mearsheimer



Na última terça-feira (19), a embaixadora norte americana na Organização das Nações Unidas, Nikki Haley, anunciou a retirada de seu país do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Apesar de declarar que esta saída não é um recuo norte-americano em relação aos seus compromissos com os Direitos Humanos, há mais de um ano os EUA já ameaçavam sair do Conselho por julga-lo anti-Israel.

Para muitos estudiosos, a retirada dos Estados Unidos do Conselho de DH da ONU não foi uma grande surpresa, tendo em vista que o governo conservador de Donald Trump também já havia se retirado do Acordo Climático de Paris e do Pacto Nuclear com o Irã recentemente.

O teórico neo-realista ofensivo das Relações Internacionais, John Mearsheimer, já havia escrito em suas obras, todas as ações da Política de Trump, desde as relações assimétricas de poder, até as saídas de Instituições Internacionais. Tanto para Mearsheimer quanto para o presidente norte-americano, é necessário mostrar poder para garantir a sobrevivência estatal.

Em uma das principais obras de John Mearsheimer, The False Promise of International Institutions (1994), o autor ressalta o quão enfraquecedor pode ser um Instituição Internacional para o poder de um Estado, alegando que sistemas multipolares são muito mais propensos à guerras do que os bipolares, e que não é possível que um país seja hegemônico através da paz, mas sim da guerra.

A decisão de saída dos norte-americanos reforça mais uma vez as premissas realistas das Relações Internacionais, onde a Segurança Estatal vem sempre em primeiro lugar. “É culpa dos Democratas (...). Eles querem fronteiras abertas, que geram crimes horríveis. Os republicanos querem segurança.”, disse o presidente Donald Trump por meio de seu perfil no Twitter. Os crimes citados por Trump referem-se aos imigrantes ilegais que recentemente foram presos nos Estados Unidos, tendo que deixar seus filhos isolados no país. “A dignidade da pessoa não depende de ela ser cidadã, migrante ou refugiada. Salvar a vida de quem foge da guerra e da miséria é um ato de humanidade.”, rebateu o Papa Francisco, também por seu perfil no Twitter.

A decisão dos Estados Unidos foi tão radical, que causou revoltas imediatas por todo o mundo. Celebridades, políticos, diplomatas, estudiosos e a própria sociedade civil global reagiram de uma forma, em maioria, negativa quanto às políticas “tolerância zero” implementada por Trump. Desde que estas medidas contra a imigração foram aprovadas, cerca de 2 mil crianças foram separadas de seus pais imigrantes e levadas a condições deploráveis, inclusive abrigadas em celas, como prisioneiros. Porém, devido à forte pressão principalmente da mídia, o Presidente foi obrigado a suspender as separações que estavam ocorrendo nas fronteiras com o México, sendo considerado uma pequena vitória para os Direitos Humanos.

Portanto, baseando-se nos estudos neo-realistas de Mearsheimer, não fica difícil entender a Política interna e externa do atual presidente norte-americano, que sempre colocará o protecionismo estatal à frente de qualquer outra coisa. Apesar de eventualmente ter que ceder ao que não concorda, Donald Trump continua em seu mandato fazendo exatamente como pensava Mearsheimer: segurança sempre em primeiro lugar.










REFERÊNCIAS


CASTRO, Thales. Teoria das Relações Internacionais. p. 336. Brasília, 2016.


MEARSHEIMER, John. The False Promise of International Institutions. 1994.


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