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China e Rússia: aproximação na contemporaneidade a luz do pensamento neoliberal de Keohane e Nye


China e Rússia, duas potências que cultivam uma relação de proximidade desde a Guerra Fria, vêm se aproximando cada vez mais nas últimas décadas, além da recentemente guerra comercial contra os Estados Unidos da América (EUA) têm impulsionado esse quadro.

Em maio deste ano, o governo americano aprovou uma serie de sanções comerciais a serem aplicada à China e Rússia, visando enfraquece-los comercialmente, visto que são os concorrentes poderosos da economia estadunidense. Como contrapartida à essa estratégia, Vladimir Putin e Xi Jinping reuniram-se para dialogar sobre as medidas do EUA, preparando uma série de acordos de cooperação entre os dois Estados, dentre eles há também acordos de aliança militar.

A cooperação sino-russa, tanto comercial como militar, tem o objetivo de garantir ganhos relativos entre as duas potencias. Os acordos assinados nas reuniões formais entre os líderes e seus enviados preveem, segundo as agências de notícias a criação de um fundo de investimento industrial dotado de US$ 1 bilhão de dólares e a construção de 4 centrais nucleares pelos russos em território chinês. Há também a criação de uma meta comercial De US$ 200 bilhões de dólares entre eles até 2020.

Enquanto os EUA partem para uma posição mais agressiva, visando impedir o enfraquecimento de sua influência no oriente e a ascensão de um novo poder hegemônico na região, os dois líderes visam contrabalancear o desfalque causado, por meio da cooperação mutua, alinhando-se mais à teoria criada por Nye e Keohane, a da interdependência complexa do cenário mundial.

Segundo a teoria criada em conjunto pelos dois pensadores neoliberalistas, o mundo atual encontra-se em um estado de interdependência complexa, na qual todos os atores, sejam eles Estados, Organização Internacional (OIs), grandes empresas ou membros da sociedade civil global, estão interligados, numa relação mutua de dependência. Então, quando o governo americano ataca comercialmente os russos e chineses, estes resolvem cooperar, a fim de resistir a investida americana.

Os dois autores também diferenciam, em sua obra Power and interdependence (1977), a sensibilidade e a vulnerabilidade. Sensibilidade seria a velocidade ou prontidão para responder a uma política, o que claramente pode ser observado nas medidas tomadas por ambos os países. No caso da China, por exemplo, seriam as contramedidas comerciais tomadas em relação aos EUA, assim como a adoção de novos acordos que fortaleceriam a relação com os russos. Vulnerabilidade, por outro lado, seria o quão passível a tais políticas. Nesse caso, podemos ilustrar da seguinte forma, se os chineses não tivessem uma relação tão estreita com a Rússia, as políticas de aumento das taxas alfandegarias, essas que ao fim Maio consistiam em 25% às importações no valor de 50 bilhões de dólares e restrições aos investimentos chineses em tecnologia, iriam causar sérios prejuízos na economia chinesa ficando à mercê da vontade de Donald Trump.

A relação de proximidade dos dois líderes tem um grande poder de influência na Ásia, onde o Japão mantem uma conversa próxima aos russos, o ditador norte coreano mantem relações com a china, além de que recentemente, a União Europeia, em Fevereiro de 2018, se pronunciou disposta a cooperar de forma construtiva na Ásia Central, ao lado da Rússia e da China.

Concluindo, em meio a objetivos em comum, Rússia e China, potencias com relações estreitas desde a Guerra Fria, têm se aproximado cada vez mais, com acordos comerciais e militares, buscando resistir à investida estadunidense e crescer ainda mais forte sua influência no oriente.


Referencias

EL PAÍS. Em em contraponto a Trump, China e Rússia estreitam laços e ampliam acordos. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/08/internacional/1528474142_097778.html>. Acessado em: 19 de Jun.2018.

EL PAÍS. Trump rompe a trégua e retoma a guerra alfandegária com a China. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/05/29/internacional/1527607657_068549.html>. Acessado em: 19 de Jun.2018.

EXAME. EU se diz pronta para cooperar com Rússia e China na Ásia Central. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/mundo/ue-se-diz-pronta-para-cooperar-com-russia-e-china-na-asia-central/>. Acessado em: 19 de Jun.2018.

EXAME. Rússia e China selaram acordo de aliança militar. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/mundo/russia-e-china-em-alianca-militar/>. Acessado em: 19 de Jun.2018.

KEOHANE, R.; NYE, J. S. Power and interdependence. Nova York: Harper Collins, 2001.

SARFATI, Gilberto. Teoria das Relações Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.

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