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O menino do pijama listrado


Data de Lançamento: 12 de Setembro de 2008

Direção: Mark Herman

Gênero: Drama

País: Estados Unidos; Reino Unido


O Menino do Pijama Listrado é uma das obras mais conhecidas e comentadas quando se trata de representações cinematográficas que retratam o holocausto. Talvez por operar a partir da perspectiva de uma criança, a sua compreensão seja mais abrangente, mas sem deixar de tocar em pontos sensíveis, misturando delicadeza e voracidade. Essa opção se mostra muito acertada no primeiro ato do filme, uma vez que o personagem Bruno, vivido por Asa Butterfield, consegue mesclar inocência com senso crítico.

O roteiro do filme é estruturado de forma a não depender exclusivamente da atuação dos principais adultos do filme, os pais de Bruno, Elsa (Vera Farmiga) e Ralf (David Thewlis), que entregam atuações muito boas, mas sem sobressair-se em relação às crianças, já que, no filme, são coadjuvantes. Quando a família de Bruno sai de Berlim, e passa a viver em uma localidade mais distante, a vida do menino muda completamente. Ele perde os amigos que havia feito, e se vê sozinho, vivendo em uma casa afastada, na qual não consegue divertir-se.

Seu pai, então, consegue um professor particular para Bruno e sua irmã, Gretel. Nas aulas, os irmãos são expostos a literaturas nacionalistas nazistas, e também são iniciados na ideologia do partido nazista. A transformação de Gretel, que deixa as bonecas e passa a nutrir um amor doentio por Hitler e seus feitos é explorada tacitamente no filme, como um contraponto à tomada de consciência da parte de Bruno, que, como um ‘explorador’, descobre que ali perto de onde mora com sua família há uma ‘fazenda’.

Nessa ‘fazenda’, crê o garoto, as pessoas vivem em um ambiente aparentemente feliz, pois é assim que é mostrado nos curtas metragens que seu pai assiste com seus companheiros do exército. Mas a aproximação do jovem Bruno com Shmuel cria um choque de realidades, que já havia sido iniciado quando Bruno teve contato com Pavel, um polonês que é tratado como escravo na sua casa, e é comumente espancado.

Shmuel então se torna o único amigo de Bruno, numa espécie de amizade clandestina. Sua mãe está absorta com os afazeres da casa, sua irmã apenas consome propaganda política e seu pai está num cargo importante como comandante nazista. O microcosmo do garoto se resume a encontros rápidos com Shmuel, com quem estreita laços dia após dia, e acaba sabendo que o garoto busca seu pai, embora ache estranho que na chaminé da ‘fazenda’, sempre saia uma fumaça preta, de cheiro nada agradável.

Neste ponto, o filme não só pega o espectador de surpresa com a reação de Bruno ao saber que seu amigo é um judeu (e ao qual lhe fora ensinado a tratar com ódio e menosprezo), mas também o de Elsa, ao tomar conhecimento das atrocidades que seu marido é incumbido de fazer e comandar. A ‘fazenda’, na verdade, é um campo de concentração, e a fumaça negra de mau odor são corpos sendo queimados sumariamente. O conflito entre pai e mãe toma a frente da narrativa, e logo surge a ideia de que Elsa, Bruno e Gretel se mudem, até que o cenário se acalme.

Em meio a isso, Bruno não deixa de ver seu amigo Shmuel, que chega a trabalhar em sua casa por um breve período. Mas o anúncio da mudança de Bruno abala a amizade dos dois. A caracterização dos personagens é muito bem trabalhada com todo o trabalho de fotografia do filme, e nos dá uma noção de angústia à medida que vamos nos dando conta de todas as atrocidades ali cometidas, embora o filme banque a perspectiva infantil de Bruno.

É, ainda hoje, muito difícil tratar de um tema tão sensível e brutal como o período nazista e suas atrocidades. Talvez o mundo nunca se recupere totalmente desse capítulo, que é certamente um dos mais tristes da história da humanidade, e que é responsável pelo surgimento de um novo Sistema Internacional, com o surgimento de instituições internacionais e a internacionalização de todo um sistema de Direitos Humanos, que passam por constantes mudanças e aprendizados.

O Menino do Pijama Listrado é uma aula da importância dos Direitos Humanos, tanto por retratar algo histórico, e que de fato aconteceu, como por abordar como pessoas muito próximas aos eventos sequer sabiam de sua existência, uma vez que a grande massa via os campos de trabalho forçado como verdadeiras áreas de lazer, embora propagandeassem o ódio mortal a judeus e outras parcelas da população. É um drama atual, que, embora já tenha sido lançado há uma década, consegue atingir uma dramaticidade enorme, e dialoga facilmente com a realidade do mundo atual.

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