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Dia Internacional da Não-violência a luz de Immanuel Kant


Fonte: UNRIC (2018)

Em outubro é celebrado, desde 2007 o Dia Internacional da Não-violência. A Organização das Nações Unidas (ONU) selecionou esta data, por relacionar-se com o nascimento de um dos maiores lideres pacifistas da história da humanidade: Mahatma Gandhi. Nas comemorações do ano anterior o secretário geral da ONU, Antonio Guterres, destacou que “todos tem o dever de defender a tolerância e trabalhar para dar substância à cultura de paz” e que “não se pode derrotar a violência com mais violência”. As formulações do líder da organização demonstram a missão que a mesma assumiu para si, que é o desejo de "garantir uma cultura de paz, tolerância, compreensão e não-violência" diante de um cenário internacional tão conflituoso.

A não violência faz parte do pensamento central de Gandhi. Nascido Mohandas Gandhi, sendo Mahatma, “Grande Alma”, o nome que seria associado a ele em sua trajetória (mesmo que o próprio rejeitasse esse nome), ficou mundialmente conhecido como um dos principais representantes da luta pelo pacifismo, do respeito aos direitos humanos e a justiça, graças à luta diferenciada que promoveu na Índia em busca da independência da mesma. Ele pregava através da não-violência e da desobediência civil o diálogo e tolerância entre os povos. Segundo ele, apenas por meio desta filosofia era possível alcançar a igualdade.

Outro filosofo que se preocupava com a paz era Immanuel Kant. Em sua obra, A Paz Perpétua (1795), ele apresenta em seus artigos preliminares e definitivos a sua ideia de como deveria ser alcançada a paz definitiva.

Segundo a visão kantiana, a comunidade internacional deveria direciona seus esforços ao máximo para alcançar a paz universal, sendo que a nossa consciência moral exige, com efeito, que os direitos da humanidade sejam respeitados. Kant era um grande critico ao tratamento europeu relegado aos africanos, asiáticos. Por isso, seria necessária uma sociedade de nações; um congresso universal de países (SOUZA, 2007), que se torne um espaço de negociação e ação internacional, além de poder levar ao bem comum do conjunto dos Estados e que aproximassem de uma estrutura, cosmopolita, com direitos que abrangessem todos os povos levando a uma cidadania global.

A fala da primeira ministra britânica, Theresa May, durante a reunião da Assembléia Geral da ONU deste ano explica bem a situação:

No último século, seja com a ascensão do fascismo ou a propagação do comunismo, vimos como os que estão na extrema direita ou na extrema esquerda exploram os medos das pessoas, alimentam a intolerância e o racismo, fecham economias e sociedades e destroem a paz das nações. (...) Nós vimos o que acontece quando países passam ao autoritarismo, esmagando lentamente as liberdades e os direitos básicos dos seus cidadãos.

O mundo não está um mar de rosas: a crise dos refugiados, principalmente sírios, africanos e venezuelanos, tem mostrado a face xenófoba de vários países. Discursos de ódio estão sendo propagados aos sete ventos, crianças estão sendo afastadas de seus pais ao cruzar a fronteira com os Estados Unidos da América (EUA), há ainda uma nuvem negra de medo rondando a questão nuclear (mesmo com os recentes acordos entre Coreia do Norte e EUA), a extrema direita ganhou força em governos pela Europa, os direitos humanos estão sendo desrespeitados na América Central, entre vários outros acontecimentos importantes.

A mensagem que o dia internacional da não violência, junto aos discursos de Kant e Gandhi, nunca foi tão necessária desde a instituição desse dia. O mundo precisa lembrar de novo de como a paz verdadeira só é alcançada através da tolerância, da compreensão, da justiça e da não violência, assim retomando a fala de Guterres: “não se pode derrotar a violência com mais violência”.


Rerefências

EBIOGRAFIA. Mahatma Gandhi: Líder pacifista indiano. Disponível em: <https://www.ebiografia.com/mahatma_ghandi/>. Acessado em: 27 de Set. 2018.

LL PERFIL. (2007) A paz democrática segundo Kant. Disponível em: <http://www.llpefil-uerj.net/filosofia-e-ensino/oficinas/361-2007-a-paz-democratica-segundo-kant>. Acessado em: 27 de Set. 2018.

KANT, Immanuel. Trad. Arthur Morão. A paz perpetua. Um projeto filosófico. Covilhã, 2008.

. Trad. Barbara Kristense. Para a paz perpétua. 5. ed. Galiza: IGESIP, p. 14-21, 2006.

ONUBR. Primeira-ministra britânica alerta para ascensão da extrema direita na Europa e no mundo. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/primeira-ministra-britanica-alerta-para-ascensao-da-extrema-direita-na-europa-e-no-mundo/amp/>. Acessado em 27 de Set. 2018.

UNRIC. Dia Internacional da Não-violência: ONU lembra Mahatma Gandhi. Disponível em: <https://www.unric.org/pt/actualidade/32324-dia-internacional-da-nao-violencia-onu-lembra-mahatma-gandhi>. Acessado em: 27 de Set. 2018.

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