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Os Dez anos da Crise de 2008



O que começou como um estímulo ao sonho americano da casa própria se transformou em uma grande contradição; o pesadelo conhecido como a Crise Mundial de 2008. Mesmo dez anos após o seu ápice, ainda é possível identificar os rastros deixados por um momento que foi marcado pela desastrosa instabilidade do mercado financeiro dos Estados Unidos.

Em 2001, cercados por um cenário de insegurança e diminuição do consumo após o ataque terrorista às torres gêmeas, bancos estadunidenses passam por uma série de medidas governamentais que buscavam aquecer novamente a sua economia capitalista, apostando na autorregulação e no modelo neoliberal.

Propagandas disseminando o estilo de vida norte americano foram um “prato cheio” para quem sonhava com uma vida melhor. De que forma? Baixa de juros. Os empréstimos bancários, em sua maioria hipotecários, prometiam apenas facilitar o seu alcance.

Segundo o economista pós-keynesiano Hyman Misnky (1986) a relação entre crescimento e endividamento baseia-se na “hipótese de fragilidade financeira”, sendo esta apoiada em um “sistema de confiança” entre a atividade econômica e as relações econômicas. Esse processo envolve expectativas tanto daqueles que assumem as dívidas quanto de seus investidores e quando não alcançadas, o destino será a inadimplência no crédito e a desvalorização do mercado.

Com a alta compra de imóveis, dívidas foram geradas e casas foram tomadas pelos bancos a fim de cumprir o pagamento, resultando no excesso de oferta em um momento de pouca procura. Não demorou muito para os preços despencarem, levando os principais bancos de investimento e empresas a falir.

Bem evidenciado por John Maynard Keynes, a instabilidade inerente da economia e a força do desenvolvimento sem a intervenção Estatal se responsabiliza por um grande desequilíbrio no sistema, revelando uma falha do modelo neoliberal nos princípios de eficiência dos mercados.

Obviamente, o resultado refletiria na economia mundial. E assim aconteceu, principalmente nos países industrializados, desestabilizando o continente europeu com o déficit público dos países da zona do euro. A Grécia, por exemplo, teve seus títulos de dívidas considerados como zona de risco e chegou à falência.

Consequentemente em seguida atingiu os países árabes, e aqui é viável notar a contribuição da crise mundial e seus efeitos, entre outros elementos, para o desdobramento de conflitos xenófobos, étnicos e afins. A Primavera Árabe, iniciada por uma crise financeira, posteriormente se tornou política, levantando uma série de questões econômico-sociais.

Ao longo de uma década, apesar de apresentar cicatrizes e também instabilidades do novo governo de Donald Trump, a economia americana se recupera através de um avanço nas políticas financeiras por meio da intervenção estatal e da consequente valorização de sua moeda.

Estes fatores contribuíram para o crescimento da confiança no sistema internacional. Entretanto, se é o suficiente ou não para lidar com incertezas e marcas ligadas a uma lembrança não tão distante, só o futuro norte-americano e seu reflexo no mundo podem responder.



Referências:


MACHADO, Fabrício. A Crise de 2008: desregulamentação, inovação e alavancagem financeira das economias capitalistas. São Paulo, 2017.

DJALÓ, Abdulai Sombille. Análise da crise financeira de 2008 a partir de enfoque keynesiano. Santa Catarina, 2013

CADT. A crise mundial antecede a primavera árabe, os Indignados e Occupy Wall Street. Disponível em: http://www.cadtm.org/A-crise-mundial-antecede-a. Acessado em 30 set. de 2018

NEXO. Dez anos da crise de 2008: colapso, consequências e lições. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/09/13/Dez-anos-da-crise-de-2008-colapso-consequências-e-lições . Acessado em 30 set. de 2018


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